O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo papa da Igreja Católica, sucedendo Francisco. A tradicional fumaça branca surgiu da chaminé da Capela Sistina no segundo dia de conclave, às 13h07 (horário de Brasília), anunciando ao mundo que os 133 cardeais eleitores haviam chegado a um consenso. Prevost foi escolhido por pelo menos 89 votos, número necessário para atingir os dois terços exigidos pela regra canônica.

Agora como Papa Leão XIV, Prevost faz história ao se tornar o primeiro pontífice dos Estados Unidos — e também o primeiro vindo de um país de maioria protestante — a ocupar a Cátedra de São Pedro. Embora norte-americano de nascimento, construiu boa parte de sua carreira religiosa na América Latina, especialmente no Peru, onde atuou por mais de uma década.

Antes de sua eleição, ele ocupava cargos de destaque no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. De perfil discreto, voz calma e alinhado ao espírito reformista de Francisco, Leão XIV é reconhecido como profundo conhecedor da teologia e do direito canônico.

Sua trajetória e desafios

Robert Prevost ingressou na vida religiosa aos 22 anos e foi ordenado padre em 1982. Estudou teologia e direito canônico em instituições dos Estados Unidos e de Roma. Em 1984, iniciou sua missão no Peru, onde permaneceu até 1994. Anos depois, foi nomeado bispo de Chiclayo, cargo que exerceu até 2023, quando foi promovido a cardeal — tornando-se papa menos de dois anos após a nomeação, o que é incomum na história recente da Igreja.

Apesar da respeitada trajetória, Prevost também enfrentou críticas. Em 2023, foi acusado de suposto acobertamento de abusos cometidos por dois padres no Peru. Segundo relatos, ele encaminhou os casos ao Vaticano e tomou providências internas, mas o episódio ainda é alvo de investigação pela Santa Sé.

O conclave

O conclave teve início na quarta-feira (7), com a participação de 133 cardeais, sendo sete brasileiros. As duas primeiras votações — uma na quarta à tarde e outra na manhã desta quinta — resultaram em fumaça preta, indicando que não havia consenso. A decisão final veio na quarta rodada, por volta das 13h07 (de Brasília), quando a fumaça branca anunciou a escolha do novo líder da Igreja.

Leão XIV agora assume a liderança de mais de 1,3 bilhão de católicos em um momento de transição e continuidade das reformas iniciadas por Francisco. A expectativa global é sobre como ele dará prosseguimento às pautas de renovação, inclusão e combate aos abusos na Igreja.