A polícia revelou detalhes estarrecedores sobre o assassinato de uma família cometido por um adolescente de 14 anos na cidade de Itaperuna (RJ), ocorrido no último dia 21 de junho. Prints de conversas entre o jovem e sua namorada virtual, uma adolescente de 15 anos, moradora de Água Boa (MT), demonstram a frieza com que o casal planejou a execução dos pais e do irmão do rapaz.

Nas mensagens, o menor compartilha com a namorada o plano de matar os pais, Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos, e Inaila Teixeira, de 37, além do irmão caçula, de apenas 3 anos. Ele afirma que precisaria antecipar o crime porque o pai planejaria uma viagem.

“Vou ter que matar eles mais cedo do que eu imaginava”, escreveu o adolescente.

“Tenho que matar ele (pai) na semana que vem”, completou, afirmando que matar a tiros seria "mais garantido".

Após cometer os crimes, o menor jogou os corpos em uma cisterna nos fundos da residência.

A namorada virtual, segundo as investigações, acompanhou o crime em tempo real por videochamada e chegou a incentivar o namorado a atirar na própria mãe. O relacionamento entre os dois teve início há seis anos, por meio de um jogo online. Segundo informações da Polícia Civil, o casal havia criado um pacto para eliminar qualquer pessoa que se colocasse contra o relacionamento, inclusive os pais da jovem de Água Boa.

“O plano desses jovens era se encontrar, e, conforme os diálogos analisados, assim que o rapaz chegasse em Mato Grosso, eles pretendiam também matar os pais da adolescente”, afirmou o delegado Matheus Soares, que conduz o inquérito no município mato-grossense.

Motivação: ódio e controle

De acordo com a polícia, a motivação para o crime teria sido a proibição imposta pelos pais do adolescente, que teriam impedido a viagem dele até Mato Grosso para conhecer a namorada pessoalmente.

Ambos os adolescentes estão apreendidos. O jovem foi internado no sistema socioeducativo do Rio de Janeiro, enquanto a garota foi levada ao Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (CASE), em Cuiabá, antigo Pomeri.

As autoridades seguem investigando o caso, que levanta graves alertas sobre a influência de relacionamentos virtuais, vulnerabilidades emocionais na adolescência e o uso de plataformas digitais como meios para práticas criminosas. O caso gerou comoção e indignação em todo o país.