Investigador da Polícia Civil é condenado a 15 anos de prisão por agressões contra ex-esposa em Cuiabá
Sanderson Ferreira de Castro Souza está preso desde setembro de 2024; caso segue com recurso e PAD em fase final

A Justiça de Mato Grosso condenou o investigador da Polícia Civil, Sanderson Ferreira de Castro Souza, de 43 anos, a 15 anos de prisão em regime fechado por uma série de agressões cometidas contra a ex-esposa, a personal trainer Débora Sander, de 44 anos. O crime aconteceu em agosto de 2024, em Cuiabá. A decisão foi proferida no último domingo (27), mas o policial já estava preso preventivamente desde setembro do ano passado.
Além do crime de violência doméstica, o policial foi condenado por outros dois crimes, cujos detalhes não foram divulgados por se tratarem de processo sob segredo de Justiça. A defesa do condenado já recorreu da sentença.
Débora Sander, representada pela advogada Karime Dogam, comemorou a condenação, mas expressou receio quanto à possibilidade de a pena ser reduzida. A preocupação da defesa também está relacionada ao fato de que o Processo Administrativo Disciplinar (PAD), conduzido pela Corregedoria da Polícia Civil, ainda não foi concluído.
“Iremos acompanhar o recurso. Temos receio da pena ser reduzida, mas seguimos aguardando o resultado do PAD, que pode repercutir no processo. Quando uma mulher é agredida, todas são. E quando uma mulher tem Justiça, essa vitória é de todas”, afirmou a advogada.
A Corregedoria da Polícia Civil informou que o procedimento disciplinar está em fase final de apuração.
Histórico de agressões
Débora manteve um relacionamento de dois anos com o investigador. Segundo ela, o vínculo foi marcado por violência psicológica, financeira e, posteriormente, física. Em agosto de 2024, após sucessivas ameaças, incluindo ao seu filho, Débora denunciou Sanderson e solicitou medidas protetivas.
Com medo das represálias, ela chegou a deixar a capital e se esconder no interior do estado. Na época, relatou que tentou denunciá-lo anteriormente, mas foi desencorajada após ouvir do próprio ex-companheiro que “a polícia protege a polícia”. Determinada a romper o ciclo de violência, Débora oficializou a denúncia e decidiu tornar o caso público nas redes sociais.
Agora, familiares e apoiadores aguardam o desfecho do recurso e do PAD, com expectativa de que a Justiça seja mantida e que o caso sirva como exemplo na luta contra a violência doméstica.
COMENTÁRIOS